sábado, 1 de janeiro de 2011

ESPERANÇA

A esperança aumenta quando nos lembramos de tudo o que Deus fez por nós. A esperança motiva as boas virtudes; a fé e o amor vêm por causa da esperança.

A esperança encontra-se com o coração. "Sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação,..."


Esperança na Bíblia é assim. Em meio de terríveis aflições e sofrimentos, Deus promete uma mudança radical que alegraria o coração mais desesperado. Assim o pessimismo se anula nas promessas de bênçãos de Deus quando a disciplina terá alcançado o seu efeito desejado.


Se mantivermos firme a esperança que desde o princípio ganhamos, não deve haver dúvidas acerca da conversão genuína (Hb 3:14). A insegurança surge justamente no momento em que essa confiança for abalada. Quando diminui a certeza sobre o futuro que as Escrituras denominam de “vida eterna”, apaga-se a luz da esperança.


Desde quando Deus vem-se revelando, a esperança tem levado homens e mulheres a viver num mundo indigno (sim, o mundo não é digno das pessoas dignas), triunfando e perdendo aos olhos humanos (que julgam sempre pela aparência e na curta duração), comprometendo-se com a justiça (mesmo que os parâmetros sejam o da desigualdade e da corrupção), vendo realizada a promessa que receberam (mesmo que apenas no interior de seus corações), superando dificuldades humanamente intransponíveis, tirando força da fraqueza (graças à renovação vinda do Espírito Santo) e sofrendo pela fé em Deus (o que as torna bem-aventuradas, porque são felizes os que são perseguidos por seguirem a Jesus).


A galeria dos gigantes da fé, pintada pelo autor desconhecido de Hebreus, nos mostra homens e mulheres que tornaram a esperança uma certeza a mover suas vidas.

ABEL. A esperança o levou a cultuar sem esperar nada em troca.

ENOQUE. A esperança o levou a agradar a Deus por meio de uma vida santa..

NOÉ. A esperança o levou a ouvir a voz de Deus e a obedecê-la.

ABRAÃO. A esperança o levou a confiar que o caminho que Deus lhe indicava era o melhor, embora não conhecesse o itinerário deste caminho

ISAQUE, JACÓ E JOSÉ. A esperança levou Isaque, Jacó e José a confiar que o plano de Deus seria realizado, embora as evidências não o indicassem.

MOISÉS. A esperança levou Moisés a vencer o deserto e o mar como se fossem estradas pavimentadas.

JOSUÉ. A esperança levou Josué a completar a obra que Moisés começou.

RAABE. A esperança levou Raabe a ficar do lado certo e bom numa disputa militar, trazendo bênção para toda a sua descendência.

Qual o segredo desses homens e dessas mulheres? Qual deve ser o nosso segredo na vida, para sejamos aqueles que não retrocedem e não são destruídos, mas antes estejamos entre os que crêem e são salvos? (Hebreus 10.39). E o que aprendemos com essas pessoas, que o autor chama de "grande nuvem de testemunhas"? (Hebreus 12.1).

Eles se tornaram gigantes porque não olharam apenas para a realidade imanente que massacra, mas também para a realidade transcendente que inspira. Eles entenderam que "o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo se vê não foi feito do que é visível" (Hebreus 11.3).

Por crerem assim, não sucumbiram diante do peso da realidade. Quando cremos assim, não sucumbimos diante do peso da realidade. Por crerem assim, eles saudaram o que ainda não tinham recebido. Quando cremos assim, saudamos o que ainda não recebemos. Quando cremos assim, não retrocedemos.

Eles se sabiam peregrinos neste mundo visível, em direção a um mundo invisível.

ABRAÃO deixou uma terra segura, realizado que já era, para uma terra que não conhecia, não sabia onde era e não tinha noção do que nela havia.

JOSÉ peregrinou por cavernas, presídios e palácios, vendo que Deus o encaminhava tanto para um quanto para outro. Por isto, nunca desesperou.

MOISÉS andou em círculos pelo deserto em direção a um mundo visível, que ele viu de longe e seu povo viu de perto e pisou.

"Todos estes viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-no de longe e de longe o saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Os que assim falam mostram que estão buscando uma pátria. Se estivessem pensando naquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, e lhes preparou uma cidade. Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Pois foi por meio dela que os antigos receberam bom testemunho" (Hebreus 11.13-16; 12.1-2).

Eles confiaram na voz que os chamava.

NOÉ ouviu uma informação absurda: o mundo seria destruído e Deus o convidava para preservar aqueles, ele incluído, que continuaram escrevendo a história da humanidade. Ele ouviu a voz e a atendeu, contra tudo e contra todos, menos contra Deus.

JACÓ se encontrou várias vezes com Deus e onde todos viam homens, ele via anjos de Deus; quando todos apenas sonhavam, ele sentia Deus lhe orientando.

ELIAS, mesmo quando na depressão profunda, ouviu a voz silenciosa de Deus e saiu para o sentido da vida.

O NOSSO SEGREDO.

Este foi o segredo dos gigantes do passado. Qual deve ser o nosso?

Como eles, devemos crer que há um mundo invisível.
O poder da esperança ilumina-nos para enxergar o invisível, uma vez que não precisamos de esperança para ver o que estamos vendo, pela simples razão que já o estamos vendo.


A esperança bíblica não se assemelha ao otimismo secular, aquele proclamado pelo pensamento positivo segundo o qual "dias melhores virão". A esperança cristã é aquela que nos mantém em pé quando caminhamos na fé, fé que nos permite antecipar o bem que vem para aqueles que amam a Deus. A esperança espiritual revela possibilidades nunca sonhadas, capacita-nos a entrar no santuário interior cheios de admiração e alegria por causa das promessas. A esperança espiritual é encarnada e viva.

A esperança cristã vem da misericórdia, da graça e do dom da vida por parte do Pai, não de uma humana.

A esperança cristã não significa deixar de ver a realidade. Antes, as dificuldades são a forja da esperança. Na verdade, a esperança bíblica é realista e olha as dificuldades com honestidade. Ela se fundamenta nas promessas de Deus, mesmo que contradigam a experiência do presente. Esperar, na Bíblia, é esperar contra a esperança (Romanos 4.18). É por isto que vivemos uma tensão até o cumprimento da promessa (Romanos 8.18-25). Nesse tempo, caminhamos pela fé, não pela vista (2Coríntios 5.7).

A esperança é futurística. Não por acaso um quarto da Bíblia é ocupado com profecias acerca do futuro. Jesus nos diz que o Espírito Santo nos mostraria as coisas que vão acontecer (João 16.13). O cristão é um ser orientado pelo futuro e não orientado pelo passado. Deus nos dá um futuro e uma esperança (Jeremias 29.11).

É tempo de sonhar. A mudança verdadeira é possível. Nosso futuro não tem que se desenvolver a partir do que é presentemente possível, mas daquilo que é possível para Deus. A esperança cristã é essencialmente criativa, pois espera novas coisas. Afinal, é Deus quem dá vida aos mortos e traz à existência coisas que ainda não existem (Romanos 14.17). A esperança é otimista no melhor sentido, pois nos abre para realidades e experiências autenticamente novas, libertando-nos do desespero e nos inspirando ao amor e à missão.

Mantenha viva a sua esperança.

"Que o Deus da esperança encha você de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que você transborde de esperança, pelo poder do Espírito Santo" (Romanos 15.13)


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