sábado, 11 de dezembro de 2010

A borboleta voltou.

Já era noite, o sol havia deixado seus rastros. Fazia muito calor. Fui até a cozinha buscar algo para me refrescar. Em frações de segundos após acender a luz, sem ter tido tempo de dar um passo em direção ao refrigerador, fui surpreendido. Ela estava de volta. Pela sua agitação, logo percebi o seu descontrole, o seu nervosismo e a sua aflição. Ela girava freneticamente em torno da luz, debatendo-se contra as paredes feito um suicida.
Por impulso, recuei; e, pela fresta da porta passei a observá-la até se acalmar. O cansaço não lhe demorou a chegar. Talvez, a toalha de flores coloridas sobre a mesa lhe serviu de identificação com seu mundo habitual e, foi ali, que ela se assentara.

Ao me aproximar dela, vi claramente que respirava com perturbações.

O instinto daquele inseto não foge as regras do comportamento humano.
Como borboleta é o homem. Frágil como as suas asas, mas capaz de alçar voos longos e altos em busca de alguma forma de luz.
Essa atração faz parte de suas essências desde sempre, e assim, permanecerá para sempre.

Nessa busca incessessante, quantas vezes nos enganamos e nos deixamos enganar por luzes artificiais oferecidas pelo mundo? Quantas vezes pousamos em campos de flores que não exalam nenhum perfume?

Certamente tudo isso faz parte do aprendizado e da evolução pessoal de cada um de nós.

A volta da borboleta levou-me de volta ao meu passado de momentos delicados, difíceis e conturbados. Momentos ofegantes causados por luzes e flores artificiais.

Conscientemente de asas quebradas, entreguei-me por inteiro. Foi somente depois dessa "entrega total" que apareceu-me um anjo, levando-me a Paris.
Ali, conheci a outra face da cidade luz, a luz de Deus.

Disse Deus: "Haja luz; e houve luz".

Se existe metamorfose no ciclo de vida de uma simples borboleta, por que seria diferente para um ser humano?

"Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto."

Tudo isso, podemos chamar de GRAÇA!

Abraços.


Nenhum comentário:

Postar um comentário